Pós-graduação em Comunicação e Inteligência Artificial

Program Description

A Inteligência Artificial (IA) tem hoje um potencial inquestionável para a generalidade das organizações. No dia-a-dia, a IA é crescentemente utilizada; por exemplo, no preenchimento automático de textos, nas sugestões e na escrita de emails e mensagens, nas recomendações online de conteúdos informativos e de entretenimento e nas compras, no reconhecimento de fotografias, na gestão de encomendas e dos stocks em loja, na gestão de publicidade personalizada, no impacto social do uso de robots como auxiliares de desempenho e de aprendizagem, nos automóveis autodirigidos, nos investimentos automatizados nas bolsas de valores, na concessão e gestão de empréstimos bancários e de seguros, no recrutamento de profissionais e na gestão de carreiras, nos diagnósticos de saúde e nos tratamentos, na criação de moeda virtual, etc.

A IA assenta em big data e num enorme poder computacional, bem como no desenvolvimento de modelos de previsão estatística desenvolvidos por computadores. Como tecnologia genérica, e porque a sua promessa é a maior eficácia e eficiência das organizações e dos seus profissionais, ou seja, melhores serviços e menores custos sustentadamente, o seu impacto fará sentir-se por todo o lado, como sucedeu, por exemplo, com a Internet e com os telemóveis. Nas atividades específicas, sujeitas a uma codificação crescente, a Inteligência Artificial tenderá a dominar, apesar de a ponderação final e a decisão deverem continuar a depender do elemento humano, em geral, e de pessoas concretas, em cada caso. Nas atividades genéricas, a IA tenderá a ter um papel de suporte, de análise, preparação, sugestão e apoio à decisão.

A área da comunicação estratégica, na dupla vertente interna, entre os profissionais, equipas e departamentos da organização, e externa, no que respeita ao relacionamento com clientes, parceiros e stakeholders, conta-se entre as áreas em que o impacto da IA se está a fazer sentir e se acentuará. A questão que se coloca é como garantir que esse impacto, captando as potencialidades e explorando as capacidades da IA, se traduza na melhoria do desempenho dos profissionais e da organização? Ou seja, como pode a IA contribuir para que a organização e os seus profissionais sejam mais eficientes e eficazes, e sirvam melhor os seus diferentes stakeholders?

A IA, no entanto, coloca desde já desafios importantes às organizações, às entidades públicas e aos governos, à governação internacional e global, e a cada um de nós, individualmente considerado. Desde a captação da atenção e do tempo humanos em atividades nocivas e viciantes, muitas vezes num contexto de sociabilidade, entretenimento e informação, até aos mais variados e sofisticados sistemas de manipulação de comportamentos e vontades, muitos e novos são os desafios morais e éticos que a IA nos coloca, tanto profissional como socialmente. Adicionalmente, surgem desafios mais pragmáticos relativos a como regulamentar o uso da IA, que limites estabelecer, e que práticas desenvolver.