No período de grande incerteza que atravessamos, as nossas apreensões relativamente ao desconhecido tomam grandes proporções, exigindo de nós um esforço adicional para lidar com as emoções negativas como a tristeza, o medo, a ira.
A probabilidade de ocorrência de conflitos intrapessoais, interpessoais e intergrupais aumenta consideravelmente em época de crise, seja ela económica, política ou social.
De acordo com Salovey e Mayer (1997), as emoções surgem normalmente como resposta a um acontecimento interno ou externo que tem um significado de valência positiva ou negativa para o indivíduo. Se saber gerir bem as emoções em nós e na relação com os outros é algo que nos traz maiores níveis de bem-estar e maiores níveis de adaptação ao meio, a importância da Inteligência Emocional assume uma relevância particular nos tempos difíceis de pandemia que hoje vivemos. Estes tempos difíceis vão despoletar nos indivíduos mais emoções negativas que irão afetar o bem-estar do próprio bem como as relações com os outros. Por outro lado, se conseguirmos potenciar as nossas emoções positivas, poderemos lidar com os problemas de uma forma mais saudável evitando maiores catástrofes. A Inteligência Emocional é isso mesmo, a capacidade para raciocinar acerca das emoções e de as utilizar para melhorar o pensamento e a tomada de decisão. Ao invés de sermos dominados pelas nossas emoções (sobretudo as mais negativas) vamos nós assumir esse controle e colocá-las ao serviço dos nossos objetivos.
Uma utilização adequada das emoções é uma ferramenta poderosíssima ao serviço das organizações e particularmente pertinente em períodos de crise. Ao contrário do tradicional Quociente de Inteligência (QI) o Quociente de Inteligência Emocional (QE/IE) pode ser desenvolvido, melhorado, aumentado. Através de exercícios, dinâmicas de grupo e análise de casos, pretende-se sensibilizar para a importância da Inteligência Emocional ao serviço do nosso lado mais racional.
Na Formação Avançada em Inteligência Emocional que coordeno pretende-se justamente sensibilizar para a importância do desenvolvimento dos níveis de Inteligência Emocional. Dar algumas ferramentas que permitam às pessoas lidar no seu dia a dia com situações complexas onde o controle das emoções negativas e o potenciar das emoções positivas podem fazer a diferença ao nível do envolvimento e comprometimento dos colaboradores e consequente aumento da produtividade organizacional.
Autora:
Leonor Almeida
Coordenadora da Formação Avançada em Inteligência Emocional
Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa
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