No seguimento da defesa da sua tese de mestrado em Comunicação Estratégica e Liderança, Israel Campos quer partilhar os resultados da sua dissertação com a comunidade angolana, mais concretamente com estudantes angolanos e com movimentos sociais desse país.
Com o título “Amplifying voices through alternative means: Facebook's role in strengthening social movements in Angola”, a sua tese é um estudo sobre como o ativismo angolano conseguiu contornar a falta de acesso aos média públicos de Angola, isto porque estes meios são muito condicionados pelo poder político. Nas palavras do próprio “[os ativistas] podem organizar uma manifestação que mobilize dez mil pessoas e muito dificilmente serão manchete ou mesmo notícia nos principais serviços noticiosos”. Como dificilmente têm acesso aos média, “os movimentos sociais voltam-se para as redes sociais, sobretudo o Facebook, para comunicarem, para mobilizarem, para chamarem pessoas para as suas atividades” explica Israel.
Apesar de notar que os grupos de ativistas utilizam as redes, muitas vezes sem qualquer técnica, ou mesmo sem conhecimentos profissionais para tal, mas de forma bastante estratégica, Israel pretende passar o conhecimento que foi adquirindo ao longo do seu percurso académico, mostrando técnicas e táticas para comunicar melhor nas redes sociais e também “falar de eventuais limitações e espaços de melhoria”.
Este ano, para além de ter defendido a sua tese de mestrado, foi distinguido com o Prémio Liberdade de Imprensa do Sindicato dos Jornalistas de Angola; participou também numa residência literária em Acra, capital do Gana, orientada pela escritora Chimamanda Ngozie Adichie; foi convidado para fazer parte do Grupo de Reflexão “O Futuro já Começou” do Senado da República, e participou ainda na Salzburg Media Academy.