As candidaturas investiram em novas estratégias para chegarem a bolsas muitíssimo específicas de eleitores, naquela que já é conhecida como a “eleição do podcast”.
Não é possível compreender a campanha presidencial norte-americana sem ter em conta a nova ordem comunicacional dos EUA: na era dos consumos híperindividualizados, o modo como cada um obtém notícias, os temas que considera relevantes e as personalidades em quem confia podem variar muito de pessoa para pessoa, mesmo entre eleitores do mesmo partido, já que democratas e republicanos estão longe de constituir grupos coesos.
Esta dispersão é indissociável da diminuição do consumo de notícias convencionais que durante mais de um século contribuiu para a construção de consensos alargados na sociedade sobre questões essenciais da vida coletiva. Isto não significa que os media tradicionais não continuem a desempenhar um papel relevante em certos momentos-chave: recordemos que foi um debate televisivo que levou Joe Biden a abandonar a corrida presidencial. Todavia, as várias narrativas sobre esse momento foram primordialmente construídas e reinterpretadas nas redes sociais. Tal dispersão está igualmente relacionada com o aumento da desconfiança nos media: de acordo com o Digital News Report deste ano, apenas 32% dos americanos confiam nas notícias.
Leia o artigo completo, aqui.