
O grupo Culture, Art and Conflict (CAC) tem por base um sólido trabalho de dez anos de investigação dedicado ao entendimento da diferença e do conflito enquanto estratégias fundamentais de criação de sentido. Recorrendo a uma abordagem crítico-interpretativa com um propósito marcadamente histórico-contextual, assim como a metodologias empíricas, o CAC formula um tipo de conhecimento novo e teoricamente informado, colocando em questão o modo como a crítica cultural, literária e mediática se articula com a complexidade inerente a uma qualquer interação conflitual.
O CAC promove o diálogo sobre as diversas formas pelas quais o conflito favorece e condiciona a produção de sentido na modernidade, sobre como a representação do conflito é estabelecida entre diferentes conteúdos e meios, e sobre como o conflito molda o conhecimento nas Humanidades. A investigação desenvolvida pelo grupo centra-se no papel desempenhado pelas Artes – literatura, cinema, artes visuais e performativas – na dupla função do conflito: criação e disrupção.
Numa primeira fase, o CAC irá relacionar os dados empíricos e recolhidos no desenvolvimento de um trabalho prático sobre a produção de conteúdos artísticos em situações de conflito – desde os períodos do pós-Guerra Fria e Guerra Colonial portuguesa até às guerras do Iraque e da Síria – e temas como: a) os conflitos de representação e a memória dos eventos; b) os conflitos de arquivo artístico («artchiving») e a estrutura da mediação tecnológica; c) práticas artísticas e a transição para a convivialidade.
Numa segunda fase, o grupo irá adotar igualmente uma abordagem mais ampla, propondo uma reflexão sobre as teorias e as práticas que têm moldado o discurso intelectual das Humanidades e o modo como aquelas têm sido influenciadas pelas marcas mais profundas dos acontecimentos societais recentes – a guerra e a migração forçada, os novos colonialismos, a exclusão digital, a vigilância constante e o fim da privacidade, noções opostas de humanidade, a exaustão planetária. Por meio desta abordagem, designada por the ‘Conflicted Humanities’ approach, o CAC irá colocar o enquadramento metodológico e conceptual da investigação humanística no centro de um novo discurso sobre o lugar inconstante da cultura humana e das humanidades académicas, em geral, à luz da violência que persiste no século vinte e um.
A equipa de investigadores:
- Alexandra BALONA
- Gerald BÄR
- Maria Rosário Lupi BELLO
- João BISCAINHO
- Alfredo BRANT
- Ana CACHOLA
- João Borges da CUNHA
- Mónica Alves DIAS
- Martina EMONTS
- Luísa Leal de FARIA
- Tânia GANITO
- Diana GONÇALVES
- Filomena Viana GUARDA
- Amani MAIHOUB
- Adriana MARTINS
- Ana Fabíola MAURÍCIO
- Paulo Campos PINTO
- Sofia PINTO
- Leonor SÁ
- Luísa SANTOS